segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

eu vi

Bumbo que atravessa e estremece o peito. Uma sede violenta e vaidosa. Aceleração. Uma confusão de som, luzes e cores. Vem cá ver-me sentir e como é que se faz. Eu espero teus olhos arregalados me tragarem a noite toda. Não.
Queima como a cera quente na pele fria. Escandaliza-te meu suor. Frio, pardo. Novamente. Diga-me, acorde-me e mostre-me o que são tais veredas do universo que fazem minha cabeça girar em seis dimensões em torno do sol. Intocável, impiedoso e súbito.
Fumaça que renasce das cinzas e faz chover. Eterno. Acalenta-me. Sonho de vento que cai como folha seca do galho mais estreito da árvore nem mais nem menos do alto do morro. Escorre e desliza. Cheiro de amarelo envelhecido que todo mundo quer cheirar.
Miragem. Loucura particular no meio do fogo azul, o corpo no fundo dos olhos.
Recôncavo de espinhos da lua, distante, mato seco, poeira de mulher descalça. Ouça. Declaração de amor sem voz.
Guerra dos senhores de dentro de ti. Cigarra solitária no anoitecer da tarde. Leito de morte. Sorriso banguela. Tragédia cômica.
Estrada de vida sem direção. Infinito de viagens nos labirintos da hora do fim.


Sequelação por Layla ;*

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